quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um simples desabafo...


Me peguei de nó na garganta, olhos marejados e coração aflito. Lembrei de um passado bem próximo em que um apego repentino nos fez virar amigas.
Cada risada contigo, cada piada, cada momento que hoje lembro e ainda me faz rir sozinha. É como se eu ouvisse a sua voz, como se você estivesse aqui pertinho de mim e amanhã eu te ligaria bem cedo te acordando pra ir ao cursinho. Mas não, não ouço e nada disso está acontecendo aqui. A tristeza é grande!
                É difícil pensar na Copa sem lembrar de você, é estranho passar na frente do bar e não ter você pra beber. E a minha sinuca antes da aula... Cadê você aqui?!
O tempo foi passando e eu pra variar fui me apegando mais e mais. Na brincadeira eu te falava pra não deixar isso acontecer... Era como se eu previsse uma futura mudança.
O dia chegou. Em um telefonema você me disse que tinha passado em uma Universidade Federal. Sim... F-e-d-e-r-a-l!
Fiquei feliz, vibrei a cada palavra. Mal sabia eu que essa tal de UFG desviaria de mim todo o seu foco de atenção. Mas foi bom pra você, está sendo e se Deus quiser vai ser pra sempre e é isso que importa: a sua FELICIDADE. O seu futuro é bem mais importante que qualquer vazio que a saudade insiste em colocar no meu peito. Eu vou me acostumar, sei que vou!
                O que eu peço a Deus é que ele ilumine seus caminhos e abençoe a sua estrada. E agradeço, é claro que agradeço: Obrigada, meu Deus por colocar em meu caminho uma pessoa tão maravilhosa e que tenha me feito tão bem.
                Amém!

Lorena de Souza Rocha

domingo, 22 de agosto de 2010

Sempre o outro

          A auto-compreensão tem me abandonado. Entendo o mundo, me atrevo a decifrar o pensamento de cada um que passa por mim. Antes de uma palavra, lá estou eu... Pronta a ouvir tudo que supostamente já sei e que talvez não saiba nada, atenta a questionar cada trecho de pensamento ainda que não manifestado a mim.
          Que direito eu tenho de fazê-lo? Quem sou eu para tentar decifrar a mente alheia se nem mesmo a minha se deixa ser entendida? A explicação me falta.
          E no confuso momento de tentar entender o outro, sempre o outro, e a minha linha de raciocínio parece estar absolutamente de acordo com os fatos, o meu eu pede socorro e um pouco mais de atenção: “Ei, estou aqui... Basta desses ‘outros’! Preciso saber quem sou.” É aí que a realidade entra cena, toma conta do palco e tenta me fazer perceber que eu deveria estar antes do ‘outro’, que meus interesses são mais importantes que os do ‘outro’ e que não dá mais pra continuar interpretando apenas o pensamento dos ‘outros’.
          O ser humano é complicado. Por que a incapacidade de ouvir o que nós mesmos temos a nos dizer? É simples... Não foi o ‘outro’ que disse, não é mesmo?
          E ao passo que acredito saber tudo sobre todos, eu não sei nada. Nada de nada!

Lorena de Souza Rocha

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Brasil que a gente faz...


Minha escola é a rua,
Merenda aqui não se come
Nunca vi a tal da lua
O que eu enxergo é só a fome!

Num mundo onde o rico manda
Pra que tanta CPI?
Me criei cheirando cola
E a polícia nem aí.

Acordei com fome ainda
Mais um dia ao relento
Sem comida nesse lixo
Daqui a pouco eu não agüento.

Eu não quero piedade,
Nem sua falsa compaixão
Ele conta com o seu voto
E eu atrás de papelão.

Por aí fazendo errado
É assim que vou vivendo
Sem carinho e sem comida
Não adianta, estou morrendo!

Estendo a mão e nem me olha
Você passa do meu lado
Não cabe a mim dizer mais nada...
O meu recado já está dado! 

Lorena de Souza Rocha

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um dia de domingo


                Acordei mais cedo que o de costume: às 10:45 min... Do segundo tempo. Digo isso porque todos já estavam de pé e prontos para o churrasco típico de domingo, mas dessa vez com sua figura atípica: o local. A bagunça de hoje não seria aqui em casa. Sorte!
                Hoje eu tinha planos de estudos, seria eu comigo mesma. E uma tarde que tinha tudo para ser iluminada e repleta de produção, foi escurecida pela incompetência da CEB e desânimo de minha parte.
                Tratei de preparar um almoço bem peculiar de um domingo à tarde: macarrão instantâneo.
                Enquanto a bateria do computador agonizava, eu desfrutei o máximo que eu pude das companhias do mundo virtual, pois sabia que haveria uma tarde e uma noite bem solitárias pela frente.
                Quando o notebook já não atendia os meus comandos, fui andar pela casa ao som de todas as músicas que consegui escutar no celular até sua bateria ir ao encontro de todos os aparelhos eletrônicos que não funcionavam nesta tarde.
                Entre um pensamento e outro, eu expunha meus pontos de vista à Belinha que, quando muito, latia para quem passava na frente da casa.
                Meu dia foi tão bom que a parte mais agitada dele é agora. Onde eu me encontro diante de duas latas de cerveja vazias, uma terceira (quente) à caminho do meu fígado, a Belinha dormindo em meus pés, a casa toda escura e uma vela iluminando as minhas palavras.

Lorena de Souza Rocha

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma loucura acertada...

Há uma bagunça em minha mente. A confusão de pessoas e o misto de sentimentos desnorteiam o meu pensar.
Ultimamente, a insegurança e o medo tomaram conta de mim. Medo da entrega exacerbada e um ínfimo retorno, medo de apanhar demais e bater de menos, medo de ouvir demais e falar de menos... A mudança é notória.
Só que essas sensações desaparecem no instante em que eu tenho que colocá-las em prática. Na presença dos protagonistas desse enorme desajuste mental, a insegurança e o medo dão lugar a uma entrega maior a cada instante, cedem espaço ao depósito de confiança e o prazer de estarmos juntos tem cada vez mais força.
A tal desordem me fez pensar e chegar à conclusão de que não existe um manual da vida e nem regras para a amizade. O inadmissível é que se abstenha de um sentimento tão maravilhoso temendo a conseqüência.
E se após passar por momentos de incomensurável felicidade, o sofrimento for inevitável... Sofrerei quantas vezes for preciso. O lado bom continua a me fascinar!
Lorena de Souza Rocha

E ninguém há de mudar...

Na inconstância que é a vida, constantemente me pego a questionar o porquê dos altos e baixos, a razão que faz pessoas que jurei serem eternas, se ausentarem da minha vida dando lugar a um vazio que jamais será preenchido... “É a ordem natural dela”, meu introspecto responde. “Sei que é! Está mais do que provado!”, retruco na esperança de que em questão de segundos ele vá dizer que tudo não passou de uma “pegadinha” do destino, que amanhã tudo será como antes e eu terei novamente dois “ombros-avôs” para que possa deitar, fazer planos e esquecer o quão difícil é a arte de viver. Mas não! Ele não desmente. E na constante inconstância, encontro-me com eles em pensamento.

Lorena de Souza Rocha

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um jeito antigo de gostar


Uma agonia me sobe a espinha
Não controlo o meu respirar
A sensação que antes só minha
Hoje nos deixa sem ar!

O calor é inevitável
Palavras brotam em meu calar
Um estar junto incomparável
Agora sei o que é amar.

Ao te ver eu perco o chão
Seu olhar me leva além
Quero apertar a sua mão
Sem imaginar o dia que vem.

Linda é a poesia da vida
Você me faz enxergar
Um gostar que é sem medidas
Que vontade de voar!

Sonhar é um privilégio
Teu sorriso me fascina
Andar a pé para o colégio
Faz de mim sua menina!

Minha mente está cheia
O que está acontecendo?
Deve ser tudo besteira
Estou mesmo enlouquecendo!

Mentir pra mim não adianta
O coração sabe falar
Ultimamente sou criança
Com vontade de chorar

Ao te ver meus olhos saltam
Tento não me emocionar
Lindamente os pássaros cantam
Isso é se APAIXONAR!

Lorena de Souza Rocha